PAVRAS DE SALVAÇÃO


"Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido." (João 10 : 14)

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O QUE É A IGREJA

A palavra Igreja vem da palavra grega Ikklesía, que significa: “ Assembléia do povo”.

Para o antigo povo grego, Igreja significava: Reunião ou assembléia dos homens livres ( cidadãos ) das redondezas para discutir e resolver assuntos ou problemas de interesse de toda a comunidade.
Para o povo judeu, na época de Jesus, Igreja significava: Assembléia ou reunião do povo de Deus. Deus era o centro da assembléia reunida. Para nós, cristãos, Igreja tem um significado mais amplo: Significa: “ Conjunto organizado de todas aquelas pessoas que professam a mesma fé,aceitam e assumem o projeto libertador de Jesus Cristo e seu programa de vida, iluminados pelo Espírito Santo, como sinal de adesão e de mudança de vida, pedem o Batismo e se reúnem em nome de Jesus Cristo para celebrar sua vida e procurar, em colaboração como os que não são Igreja, soluções sempre mais humanas para as necessidades e os problemas humanos”. ( GS, 11 )
Através da história, a Igreja recebeu vários nomes ( ou títulos ): Povo de Deus, Corpo Místico, Templo de Deus, Sociedade Perfeita, Esposa de Cristo, Cidade Santa, Casa do Senhor, Vinha do Senhor, Rebanho de Cristo, Mistério, Peregrina, Mãe e Mestra, e muitos outros.
Há muita discussão a respeito da questão: “ Que pessoas pertencem á Igreja”? Para se chegar a uma resposta, é preciso considerar que há um ponto de vista “quantitativo”, isto é, a quantidade de membros; mas há também o ponto de vista “qualitativo”, quer dizer, mais do que quantidade, o que de fato vale a pena é a “qualidade” desses membros da Igreja. O documento “Gaudium et Spes” no número 11, diz que é a fé que identifica o cristão. E acrescenta: “ A fé ilumina a realidade com uma nova luz, ajudando os homens a terem uma visão global da sua existência”. A função da Igreja não é apresentar soluções isoladas, mas buscá-las e iluminá-las com os demais homens.

domingo, 5 de setembro de 2010

HISTÓRIA DA IGREJA

Há muitas maneiras de fazer história. A história do cristianismo e da Igreja têm cunho especial, marcado pela constante exigência de ser fiel ao plano de Deus. Neste polígono damos uma idéia da história feita ao longo dos séculos pelos cristãos.
O judaísmo e o cristianismo são, por excelência, religiões de memória, baseados na recordação dos fatos históricos que são rememorados ao longo dos tempos. A consciência da história do povo fundamenta na convicção que o próprio Javé, presença libertadora, salvou de Israel da dominação e da exploração egípcia.
A idéia de libertação percorre todo o Antigo Testamento. O Êxodo possibilitou a formação da memória coletiva do povo de Israel, sem igual nos outros povos da antiguidade. Para os israelitas, a história não era cíclica, baseada no eterno retorno das coisas e dos tempos. Tinha uma finalidade e era, por conseguinte, irreversível.
Os israelitas viam a História como dirigida para um fim. Essa concepção contrastava como o pensamento grego, baseado no eterno retorno de situações iguais. Para os gregos nada realmente novo acontecia sob o sol. Heródoto e Tucídides se interessavam pela História, para dela tirar lições políticas. Podemos qualificar a historiografia grega de pragmática. Ela não tocava o âmago da existência humana, não tinha uma dimensão religiosa.
O Cristianismo herdou do judaísmo seu caráter memorial. Centrou sua memória na encarnação, vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, o libertador não só da escravidão do Egito, mas de todas as formas de dominação. Os judeus continuam esperando o messias, enquanto os cristãos realizam o tempo, o Reino de Deus, em três momentos: A criação, o evento Jesus, e a parusia.
Os cristãos bem sabem que sua religião fica em pé ou cai, segundo a veracidade ou não de sua memória. Esse cuidado cristão pela memória provém especificamente das tradições rabínicas veiculadas nas sinagogas. Os rabinos avivavam a memória através de expressões lapidares, parábolas, fatos significativos, exemplos, provérbios, comparações.
Os cristãos que conseguiram de maneira mais convincente realizar a prática de Jesus, no tempo e no lugar onde viviam, sentiram a necessidade de preservar a memória. O santo mais simpático da Idade Média, São Francisco de Assis, mandou escrever no seu testamento: Para que em sinal de memória de minha bênção e de meu testamento eles (os irmãos ) sempre se amem uns aos outros.
Com tudo isso, temos que ficar atentos ao caráter peculiar da memória cristã. Ela foi e continua sendo frequentemente uma memória de vencidos e humilhados, marginalizados e desprezados, e não se articula com a tradição hagemônica da historiografia das grandes culturas, através de discursos, monumentos, arquivos, documentos, iconografia e arquitetura.
Ela transmite de geração em geração como uma tradição oral, uma resistência cultural. A memória cristã sobrevive, antes de mais nada, na comunidade. Nessa tradição se inserem as atuais práticas das comunidade eclesiais de base, espalhadas pela América Latina.
Na missão de reavivar a memória junto ás comunidades, a História da Igreja tem o seu papel a cumprir, pois a memória cristã não é, de modo algum uma memória apenas individual ( minha fé, minha salvação ), mas uma memória coletiva, a memória de um povo.
O povo cristão que faz a experiência comunitária pergunta-se, no inicio, os cristãos também se reuniam para resolver seus problemas, se eles também eram animados pela mesma esperança. Aparece, aqui, um apelo das comunidades. Diante deste apelo se situa a missão do historiador. “ A tarefa do historiador é de transformar a memória em ciência”. O povo tem direito á história no sentido pleno, não apenas a episódios esporádicos e parciais. Ela aprende a descobrir as causas e os motivos dos acontecimentos.
O povo vai aprendendo a ler a realidade e a escrevê-la. Vai escrevendo sua própria história, a história da libertação. Se não há acontecimento da realidade, não há transformação dessa realidade; trata-se de conhecer para transformar.
( Seminarista Danilo Munduruca- 1º Perído de Teologia )